domingo, 29 de junho de 2008

Os Conquistadores do Banco Partido

Veio da apatia das nódoas negras, o mega qualquer coisa, apresentar-se como absoluto e contar como é que reocuparam o mundo:

Eram 5. Mais por vezes, mas sempre os mesmos: o Vash e os outros, como eu.

Reuníamo-nos no local do costume com as pessoas de sempre. Lutávamos calados, silenciosos nos nossos enigmas, mesmo na melancolia da chuva que apenas nos molhava o ardor de querer ser um pouco mais.

Eram desígnios superiores aqueles. A quê, não sei.

Prometíamos um mundo melhor. Parados.

Pensámos que valia a pena, mas resolvemos não batalhar. Só havia guerra nas nossas ideias e em mais lado nenhum.

Conversávamos vezes sem conta. Falámos do mesmo, dissemos diferente.

Havia fé mesmo na terra dos corações partidos.

Aceitámo-nos e com isso o nosso destino. Conquistámos amizade e agora só faltava o mundo.

E ríamos, cada um à sua maneira e no seu tempo.

Comíamos bolos, açucarando a alienação vigente: quando todos pensavam, ninguém dizia - era o pacto.

Descansámos de medo, uns renderam-se, outros não. Não houve muitas vinganças senão todas as que fizemos.

O mundo não agradeceu e que eu saiba não se importou o suficiente,

E o quengorama de paixão não levou tudo. Sobrámos nós. Só nós.

Os conquistadores do banco partido, onde alguns se sentavam nele, esfarrapado em comunhão com a solidão, partido como almas perdidas, graciosamente desprovido de graça.

A glória ainda espera paciente até que um ou todos de nós resolvam mudar o mundo. Até lá encontramo-nos com a fermentação da cevada na fermentação dos nossos espíritos enquanto o silêncio sussurra a sua vontade.

Na alegoria da noite, o ébrio sulco em alguns corações debita algumas palavras na eterna procura da verdadeira arte.

A arte de não dizer, para não saber ser infeliz, como o banco partido, tantas vezes conquistado por nós.


Omega

1 comentário:

Anónimo disse...

Muito interresante....e sentido..